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2019: O que esperar do ano da sentença


Ilustra: Allison Marie Garcia (@blindthesun)

O início do ano é um convite irrecusável para um mergulho para dentro de nós mesmos. É hora da mente inventar resoluções a serem cumpridas, metas a serem organizadas e ações a serem balanceadas. Se criamos nosso futuro a cada novo passo que damos, o início do ano é uma ótima oportunidade para construirmos com consistência o caminho que pisaremos nos meses seguintes.


Podemos escolher xingar cada pedra que nos faz tropeçar, ou aproveitar a sabedoria ancestral para usar essas pedras como blocos que pavimentam nosso chão.


Para religiões de matriz africana, como a umbanda, o orixá regente de 2019 é Ogum. “Deus da guerra, do ferro, da metalurgia e da tecnologia. Sincretizado com Santo Antônio e São Jorge. É o orixá que tem o poder de abrir os caminhos, facilitando viagens e progressos na vida”, escreveu o sociólogo Reginaldo Prandi, no livro Herdeiras do Axé.


Com um deus da guerra em evidência, é difícil esperar por um ano tranquilo. Para a umbanda, os dias serão intensos. Mas, apesar das duras batalhas trazidas pelo orixá, como verdades que aparecem à tona e obstáculos que precisam ser superados, Ogum espanta as energias negativas e nos faz ter mais clareza sobre o que realmente importa na vida.


No segundo semestre, outro orixá passará a reger o ano ao lado de Ogum: é Nanã Buruquê. Diferente do guerreiro ferreiro, Nanã promete mais calma e tranquilidade para refletir sobre nossas ações, trazendo questões familiares e amorosas para mais perto de nossa mente.


Para reforçar a ideia de força e batalha em 2019, o correspondente de Ogum na astrologia é Marte. “É um planeta agressivo, assertivo, vigoroso, enérgico, corajoso, competitivo e ousado”, escreveu Susan Miller, no site Astrology Zone. Dominador do fogo e dos elementos tidos como masculinos (como a guerra), as características do planeta em desequilíbrio podem dar uma ideia do que se pode esperar da política neste ano.


“Quando seus raios são positivos, Marte tem a capacidade de emprestar instinto de sobrevivência a qualquer situação. Ele permite que você continue progredindo mesmo quando as coisas são difíceis. Como o Planeta Vermelho é muito enérgico, uma explosão emocional pode irromper, ou pode haver perigo de um acidente físico. Se você está procurando um senso de espírito ou entusiasmo em alguma empreitada, Marte pode providenciar isso”, explicou a astróloga.


Na concepção hindu, o deus que corresponde às qualidades de 2019 é Shiva. Assim como Marte, Shiva trabalha com a energia do fogo, como símbolo de transformação, já que nada que passa por ele permanece o mesmo. O hinduísmo acredita que, apesar de ser conhecido como “destruidor”, Shiva também é benevolente, é com a ajuda dele que nos libertamos de padrões negativos para renascer sob uma nova forma.



Como Ogum e Marte, Shiva também é ligado à guerra. Entender essa energia bélica que rege o ano é importante para não cair em armadilhas. Isso porque essa força militar pode ser usada tanto para vencermos nossas guerras internas (removendo obstáculos, iniciando projetos...), como para literalmente brigar com os outros, ou seja, canalizando uma força poderosa para questões negativas.


Para os hindus, 2019 vai marcar com intensidade as ações do karma. Todo o incômodo que se repetir constantemente pode ser encarado como uma lição clamando para ser aprendida. Mas vale lembrar que, ao mesmo tempo que sofreremos com as consequências de nossas ações negativas, poderemos trabalhá-las positivamente, convertendo a polaridade do karma.



O ano que chega também marca a influência do arcano 12 do tarô, O Enforcado — obtido através da equação 2+0+1+9 = 12. A carta também conhecida como O Dependurado ou O Pendurado, mostra uma pessoa amarrada pelo pé, de cabeça para baixo, sofrendo as ações do karma. Na interpretação de Alejandro Jodorowsky, a carta representa “alguém totalmente concentrado em si mesmo, que se cortou do mundo para se encontrar”.


A pessoa pendurada está viva e tem a possibilidade de observar, sob outro ponto de vista, as diversas situações que a levaram até ali. O ano marca o ímpeto de se livrar das amarras através de mudanças pessoais, sejam no emprego ou em relacionamentos. Para ter clareza da situação, é importante lembrar de fechar os olhos e concentrar-se em si mesmo.


Vale lembrar que as dicas aqui devem ser encaradas como direcionamentos para um ano mais fluído, não como previsões. Afinal, como lembra Jodorowsky: “A maior previsão que o cérebro aceita é o conceito que temos sobre nós mesmos. Se eu cresço com a ideia de que eu não devo estar entre os medíocres, de que devo achar o amor da minha vida, eu alcanço isso. Mas se a pessoa decidiu ser humilhada, trabalhar todos os dias para ganhar o pão em algo que não gosta, ela vai morrer trabalhando para ganhar o pão em algo que não gosta”.


Nathan Fernandes escreve sobe os mistérios do Universo no instagram @nathanef.

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