Ganesha é o mestre do Conhecimento, da Inteligência e da Sapiência. É aquele que proporciona a potência espiritual e a inteligência suprema. É o grande removedor dos obstáculos, guardião da riqueza, do Sucesso, da Prosperidade, da Graça, da Compaixão, da Força e do Equilíbrio. Ganesha significa "Senhor de Todos os Seres". Ele é também definido como Omkara ou Aumkara, que significa “tendo a forma de Om (ou Aum)”. Também chamado de Ganapati, o senhor das tropas. Ou conhecido como Ekadanta (aquele que só tem um dente). No hinduísmo, Ganesha é uma das divindades mais conhecidas e reverenciadas.
É, geralmente, representado como uma divindade com cabeça de elefante, corpo humano, com uma grande barriga, quatro braços (o número pode variar) e com uma única presa. Seu veículo é o rato (mushika). É considerado o mestre do intelecto e da sabedoria, sendo invocado antes do início de qualquer estudo. É também o "senhor dos obstáculos", sendo propiciado para abrir os caminhos e remover obstáculos internos e externos que atrapalham o caminho do devoto. Muito comum, ao abrir um empreendimento ou relacionado ao plano material. A grande cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder de discernimento. As grandes orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda, assimilar ideias e para refletir verdades espirituais. A tromba curva indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal. Na testa, Ganesha tem o desenho do Trishula (tridente de Shiva), simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e os três mundos (terra, atmosfera, céu), e a superioridade de Ganesha sobre eles. A grande barriga de Ganesha contém infinitos universos. Simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo. Em uma das mãos carrega uma machadinha, que decepa os apegos do mundo material, os obstáculos. A outra mão direita faz o gesto pacífico (Abhaya-Mudra), em direção ao devoto, proporcionando bênçãos, refúgio e proteção. Algumas vezes, na palma da mão aparece o símbolo OM, que representa o Absoluto. Uma das mãos à esquerda segura um laço, que representa os apegos ao mundo e as armadilhas que existem no caminho espiritual; e também a flor de lótus representa a pureza espiritual e a Consciência Suprema. A outra mão esquerda segura um pote com doces, que representa a satisfação e a plenitude do conhecimento. O rato (mushika) representa o ego, que deve ser controlado pela sabedoria para conduzir corretamente o devoto no caminho espiritual. Como faz Ganesha, que consegue dominar o rato, liberando se alimentar somente mediante autorização. E também significa que nada segura a passagem e o trajeto do animal, sendo astuto e ágil, não possui obstáculos em seus objetivos. Os alimentos oferecidos aos pés de Ganesha indicam que todo o Universo está ao nosso alcance, se soubermos qual o caminho correto, abundância.
A mais conhecida história do nascimento de Ganesha é, provavelmente, aquela encontrada no Shiva Purana. Shiva é um iogui, sendo assim, praticava constantemente as meditações. Após sua união com Parvati, não conseguia meditar, pois Shiva entrava em estado profundo de reflexão e assim, permanecia anos imerso. Parvati, percebeu a aflição de Shiva e pediu para o consorte ficar sereno e sair praticar suas meditações. Toda vez, quando Parvati queria tomar banho, em que Shiva estava ausente e não havia ninguém disponível para protegê-la, ela colocava um garoto na porta de sua residência para impedir o acesso de qualquer pessoa. Ganesha, obedientemente seguia as ordens, postando-se na entrada. Quando Shiva retorna e tenta entrar na casa, é impedido por Ganesha, que não o conhecia. Shiva se enfureceu com o garoto estranho que tentava desafiá-lo. Disse a Ganesha que era o esposo de Parvati e que Ganesha poderia deixá-lo entrar. Mas Ganesha não obedecia a ninguém que não fosse sua mãe. Shiva perdeu a paciência e abre o Terceiro Olho, decepando a cabeça de Ganesha. Quando Parvati sai e vê o corpo sem vida de Ganesha, ela fica triste e com muita raiva. Pois Shiva passou muito anos ausente e não sabia da existência de seu filho com Parvati. Ela ordenou que Shiva devolvesse a vida de Ganesha imediatamente, e que ele fosse promovido ao posto de deus primário. Como último recurso, Shiva foi pedir ajuda para Vishnu, que sugeriu que ele substituísse a cabeça de Ganesha pela do primeiro ser vivo que aparecesse em seu caminho, dormindo com a cabeça voltada na direção norte. Shiva então mandou seu exército celestial (Ganas) para encontrar e tomar a cabeça de qualquer criatura que encontrarem dormindo com a cabeça na direção norte. Eles encontraram um elefante filhote que dormia desta maneira e após sua morte, tomaram sua cabeça, e a colocaram no corpo de Ganesha, trazendo-o de volta à vida. Devido ao ocorrido, Shiva comunica que Ganesha deve ser reverenciado primeiramente do que qualquer deus. Portanto, nos rituais, Ganesha sempre é invocado e adorado antes de qualquer divindade. Ganesha é considerado o primeiro xamã, pois passa pela morte para renascer sábio e consciente.
Uma vez ocorreu uma grande competição entre os Devas para decidir quem entre eles seria o chefe das tropas (ganas) de Shiva. Para escolher quem seria o chefe, Shiva lhes pediu que dessem a volta ao mundo o mais rápido possível e retornassem para os pés de Shiva. Os Devas saíram correndo, cada um em seu próprio veículo, e mesmo Ganesha participou com entusiasmo desta corrida. Mas ele era extremamente pesado e seu veículo era apenas um rato. Consequentemente, seu movimento era muito vagaroso e isso era uma grande desvantagem. Após refletir algum tempo, se perguntando como iria vencer a competição. Devido sua vasta sabedoria, Ganesha apenas dá a volta em torno de seus pais, que representam todo o Universo, ganhando assim o direito de ser o Senhor das tropas.
Ganesha perdeu uma de suas presas e está associada ao Mahabharata. Conta-se que o sábio Vyasa pediu para Ganesha que transcrevesse o poema enquanto ele o ditava. Ganesha concordou, mas somente com a condição de que o sábio Vyasa recitasse o poema sem interrupções ou pausas. O sábio, por sua vez, colocou a condição que Ganesha não teria somente que escrever, mas também entender tudo o que ele escutasse antes de escrever. Dessa forma, Vyasa se recuperaria um pouco de seu falatório cansativo ao simplesmente recitando um verso bem difícil que Ganesha não conseguisse entender rapidamente. Vyasa começou a ditar e Ganesha escrevia depressa, pois tinha uma compreensão perfeita de tudo. Mas na rapidez de escrever, a pena de Ganesha se quebrou. Então ele quebra uma de suas presas e a usa como caneta. Só assim a transcrição pôde prosseguir sem interrupções, permitindo que ele mantivesse sua promessa.
Mantra: OM GAM GANAPATAYE NAMAHA
Significado: Eu saúdo e invoco o Senhor das tropas, te venero.
Entoar esse mantra para retirar bloqueios internos e externos, possibilitando a chegada de novos conhecimentos para atingir a prosperidade e a abundância Universal.
Comentarios